Todo novo banho, cresce a certeza de que há um poltergeist no meu lavatório. Já até me acostumei com a ideia de estar sendo perseguido por algum morto voyeur . Algumas coincidências foram fáceis de arranjar explicação, e não me incomodavam. Achei até gozado as trocas de escova. As roupas fora do lugar. Os estalos no meio da madrugada. E, leia bem, não existe pessoa mais cética do que eu. Agora, até que ponto é fantasia quando a luz começa a falhar logo durante a tirada do xampu? Um breu de repente, enquanto estou de pé, diante do vaso, com as calças arriadas? Ou, na pior das ocasiões, a escuridão cai bem quando estou usando o trono sagrado, na hora da queda do marrom? É de cortar a bosta ao meio. Comecei a enxergar essa patifaria como um ataque pessoal. Talvez a assombração não pensasse maldades até, em um ato banal, eu errar o vaso, e mijar no pé dela. Por que não? Em minha defesa, não há um fuzileiro que não tenha errado um tiro. E pela manhã, ao acordar, é mais difícil. Nem pre
Comentários
Postar um comentário