Pé d'água funesto

etéreas gotas do ipê divino
que nos respingos estrelam o chão,
caem no acaso, do choro das aves
acompanhados da ribomba do pai-trovão

águas que caem e afagam
virgens, verdes, matas do então;
chuva que vem e afoga
o corpo-seco, e o caixão

na gibosa da lúgubre boiuna
cobra-grande que açoita o leito do rio,
se agarram, os embargados, às escamas
com sede do acalento brio

tempo bom.

por Iael Aguirre




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